O mercado subestimado: a ascensão estratégica do vale-presente no Brasil

O vale-presente (gift card) tem sido historicamente subestimado no Brasil, mas os dados mais recentes revelam que ele é, na verdade, um mercado em franca e notável ascensão, sendo utilizado pelo consumidor brasileiro muito mais do que a percepção popular indica.

O Fator “Presente Oculto”

O brasileiro está presenteando com vale-presente sem usar o nome. A categoria é vasta e engloba não apenas o cartão físico, mas também:

  • Créditos para serviços de streaming, aplicativos e jogos (segmento de Tecnologia).
  • Recompensas corporativas ou programas de fidelidade.
  • Vales específicos para experiências (como gastronomia, bem-estar e turismo), refletindo a tendência global de valorizar momentos em vez de bens materiais.

Crescimento Expresso em Números

O volume de negócios demonstra o potencial da categoria:

  • Pico de Vendas: Em apenas dois dias da pré-Black Friday, o volume de gift cards comprados em e-commerces atingiu R$ 19,3 milhões, um aumento de quase 17% em relação ao ano anterior.
  • Setores em Alta: A preferência de presentear com gift cards se concentra em moda (78,6%) e gastronomia (42,9%), além de beleza e cosméticos, que performam bem em datas comemorativas.
  • Digitalização e Geração Z: A Geração Z tem impulsionado a digitalização, com 76% dos entrevistados demonstrando interesse em comprar gift cards por aplicativos de mensagens (como WhatsApp). Além disso, 96% dos consumidores brasileiros consideram o gift card uma excelente opção oferecida pelas marcas.

Perspectiva Global de Trilhão de Dólares

A tendência no Brasil espelha o cenário mundial: a indústria global de cartões-presente está projetada para atingir a marca de US$ 5,22 trilhões até 2034, com o mercado de cartões digitais crescendo rapidamente devido à conveniência e praticidade.

Para o varejo, o vale-presente deixou de ser apenas uma solução para a indecisão do cliente e se tornou uma ferramenta estratégica de atração, fidelização e aumento de vendas.